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Querem tomar conta do meu voto

31 de outubro de 2010 2 comentários

Às vésperas do segundo turno para as eleições presidenciais me deparei algumas vezes com familiares e amigos questionando porque não votarei no Serra, como se isso fosse uma heresia. Fiquei pensando um tempo sobre o que os outros tem a ver com o meu voto. Eu voto como bem entender, e nesse segundo turno exercerei o meu direito de não escolher nenhum candidato, mas se fosse obrigado a escolher, meu voto iria para Dilma Roussef.

Como todos tentaram me convencer que deveria votar no Serra, porém ninguém deu atenção aos meus motivos resolvi elencar aqui algumas das razões que me fazem não votar no tucano.

Os defensores do Serra acusam Dilma de ser autoritária, esquecem-se porém que Serra a todo momento usa seu poder para subjulgar o PSDB e ir contra a democracia em seu próprio partido. Assim ocorreu quando Zulaiê Cobra disputava as prévias do PSDB do Estado de São Paulo para ser candidata ao Senado. Ela havia conseguido o apoio de praticamente toda a base tucana, mas um dia antes da convenção José Serra, que seria candidato ao Governo de São Paulo, em reunião com a executiva estadual e com Zulaiê, anunciou que caso ela não retirasse a candidatura em favor do demo Guilherme Affif seria Serra que renunciaria à candidatura de governador do Estado. Resultado, Zulaiê se viu obrigada a não candidatar-se mesmo sabendo que ganharia a convenção do PSDB. Quando foi anunciada sua retirada da disputa a convenção estadual do PSDB de 2006 foi esvaziada e os militantes ficaram indignados.

Mas não foi só nesse episódio que Serra mostrou desprezar a democracia. No ano passado, ao seu comando, foram mantidas as executivas do PSDB municipais, estaduais e nacional. Isso sem qualquer consulta aos filiados, contrariando o Estatuto tucano . Serra fez isso para evitar que Aécio ganhasse força dentro das executivas e forçasse uma convenção para escolher quem seria o candidato à presidente pelo partido. Se isso não é golpe eu gostaria de saber qual o nome.

Se fossem essas as únicas vezes que Serra mostrou não se importar com as instituições para atingir seus objetivos pessoais não seria tão mal. Mas não posso me esquecer do ocorrido há dois anos, quando José Serra traiu o PSDB e Geraldo Alckmin apoiando o demo, ex-secretário de Celso Pitta e Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Enquanto os partidos discutiam a reforma política e buscavam assegurar a fidelidade partidária José Serra mostrou que é maior que o PSDB paulista e que não tem qualquer respeito por decisões tomadas em convenção partidária. Traiu o partido e seu companheiro Geraldo Alckmin para satisfazer seu anseio de ser candidato à presidente no ano de 2010.

Mas não é só o partido que José Serra despreza, também despreza as instituições estatais. Devo lembrar o episódio ocorrido em janeiro de 2008, quando 12 conselheiros do CENTRAN (Conselho Estadual de Trânsito) foram destituídos por julgarem procedentes os recursos de multa por rodízio, uma vez que ia contra o ordenamento jurídico brasileiro. A pedidos do Kassab, que recebia menos dinheiro com a anulação das multas, Serra achou melhor destituir o conselho do que fazer a lei ser aplicada. Isso é atitude de um estadista?

Também recuso-me a dar meu voto para Serra porque, no desespero de ganhar as eleições, aliou-se ao que de pior existe em nosso país quando se fala de movimentos sociais. Está ao lado dos religiosos mais fanáticos e retrógrados, incluindo a Tradição Família e Propriedade. Bombardeou Dilma com questionamentos se seria ela favorável ou contrária ao aborto, como se isso fosse um tema tão simples que se pode discutir com a sociedade em apenas um mês.

Em reuniões de cúpula da campanha do Serra foram distribuidos panfletos da Tradição Família e Propriedade ensinando como fazer as pessoas não votarem na Dilma. Abomino qualquer seita fanática ou fundamentalista, e acredito que quem está ao lado de uma instituição golpista como a TFP – ou alguém se esqueceu do golpe de 1964? – não pode ser boa coisa.

E não me venham com esse discursinho barato de ética. Quem é o PSDB para falar de ética? É o maior aliado do DEM/PFL/ARENA. E foi só começarem a falar de ética que surgiu Paulo Petro e desapareceram quatro milhões. E como se esquecer de Arruda e dos panetones de Brasília? Alguém se lembra que ele era cotado para ser o vice de Serra? (“Vote num careca e leve dois”). Isso sem falar nas privatizações promovidas pelo PSDB (quero deixar bem claro que sou favorável à privatização, é inegável que os serviços e desempenhos das empresas privatizadas está muito melhor hoje do quando eram estatais), as empresas não foram vendidas, elas foram entregues à iniciativa privada a preço de banana. Está claro como o dia que houve maracutaia nas privatizações. E quem era era o governo na época? Mais, quem era o responsável? José Serra.

Mas agora está na hora de falara de governo. O PSDB é conhecido em São Paulo por destratar o funcionalismo público. Paga mal professores, policiais, servidores do Poder Judiciário. As condições de trabalho para o funcionalismo público de São Paulo é péssima e quando há alguma manifestação a Tropa de Choque aparece para “acalmar” os manifestantes. O PSDB está há dezesseis anos no poder e a única coisa que conseguiu construir junto ao funcionalismo público de São Paulo foi ódio e mostrar descaso com os funcionários do Estado.

Mas já que estamos a falar de administração pública vamos entrar no tema do transporte público. O metrô que Serra disse que irá construir em todo o Brasil ainda é insuficiente em São Paulo. Pouco se construiu durante os dezesseis anos de administração tucana. E pior, gastou-se dinheiro para construir uma linha ligando nada a lugar nenhum (linha lilás). A baixada santista necessita de metrô e não há nenhum projeto para a região, situação idêntica enfrentada por Campinas.

Com isso o cidadão paulista enfrenta horas de congestionamento dentro do carro ou em ônibus cada vez mais lotados, pois nem Serra nem Kassab, seu pupilo, fizeram nada para melhorar a condição do transporte público de São Paulo, pelo contrário, o que fizeram foi deixar o trânsito mais caótico e o metrô e os ônibus mais lotados ao proibir-se a circulação de fretados.

Poderia ficar aqui até amanhã elencando os motivos que me fazem não votar no Serra, mas tenho que dormir pois amanhã acordarei cedo para apertar o botão branco na urna eletrônica.

E por que não votarei na Dilma? Não votarei na Dilma porque não quero dar o voto a uma candidata apenas por saber que seu adversário é muito pior que ela, não quero votar em alguém apenas por acreditar que o outro candidato é o pior possível. Votarei em branco porque o único motivo que me faria votar na Dilma é o medo de um oportunista ganhar, e como não existe mais esse medo sinto-me confortável em não votar em ninguém.

No mais, não fico triste ou acho alguém burro por votar em um picareta de marca maior como o Serra. O voto é seu e você dá a quem acreditar que seja o melhor. Posso não entender como uma pessoa sensata consiga votar em um cidadão com tantos podres como o Serra, mas respeito o seu direito de escolher quem ache melhor.

Historietas de uma mesária

29 de outubro de 2010 Deixe um comentário

Texto extraído do blog Coisas que escrevi:

“Em dia de eleição acontece cada coisa na seção de voto… Essa engenhoca ainda não está tão bem aceita entre todos os eleitores, especialmente os mais “tradicionais”. Além disso, as opções de votos estão cada vez mais escassas, o que dificulta na hora de apertar os botões, sobretudo quando o sujeito resolve deixar para escolher o candidato somente na hora H.

Tem sempre um eleitor tipo o Sr.Gaspar, eleitor assíduo da seção. Homem meio rude e desempregado, chateado com os políticos, descarregou a sua raiva na maquininha, que não aguentou a dedada e, deslizando da mesa, caiu no chão. Ao vê-la prostrada, Gaspar parou, pensou nos governantes, preparou o pé e quase bateu o pênalti… Eu tive que salvar a pobre coitada e evitar que os outros na fila o linchassem (ou o agradecessem efusivamente com um abraço extremamente caloroso, quebrando-lhe os ossos).

O que nunca falta é a mãe com uma criança de 12 anos no colo… Putz! Como explicar a palavra lactante? Ok, ok… Tento sempre dizer que a criança DE COLO é aquela pequenina figura angelical, frágil, que ainda não sabe andar com as próprias pernas. Mas as histórias são tão longas e complicadas para tentar justificar o marmanjão agarrado ao seu pescoço, que o aumento da fila não compensa. Passo logo a malaca pra frente e pronto.

Certa vez, uma jovem, representante da mocidade brasileira, estava demorando muito para votar. Eu a interpelei sobre a demora. Na maior simplicidade, me disse que estava escolhendo o candidato mais “gatinho”, através das fotos que apareciam na telinha. Em contrapartida, uma senhora já idosa solicitou um papel e uma caneta. Surpresa com o pedido informei que não era necessário, bastava teclar os números e, em seguida, a tecla de “confirmar”. Foi aí que a velha senhora, do alto da sua sabedoria, disse o seguinte:

– O papel é para eu anotar o número do candidato, pois eu sei que ele não vai fazer nada por mim. Porém, quem sabe se eu jogar no bicho não posso ganhar alguma coisa.

Agora, o fato mais curioso que vi acontecer nas eleições não se passou em minha seção. Foi na família de um amigo, a família Pedreira.

Pedreira Pai, aposentado, é um senhor cônscio dos seus deveres decidadão, morador da pequena cidade e conhecido por todos.

Na véspera do dia da eleição, ele já estava com os documentos todos separados e tinha também preparado a roupa para o grande dia. Queria votar de terno e gravata, pois dizia que era um acontecimento especial e merecia toda aquela pompa.

Ele lembrava o tempo que não havia eleições.

Pensando bem, Pedreira Pai tinha razão, “a democracia é o bem maior de uma Nação e o voto OBRIATÓRIO é a alma da democracia”

Todas as eleições, saia cedo de casa, não adiantava os filhos ou a esposa falarem. Ele sempre era o primeiro a votar somente para não perder a chance de inaugurar a urna cantante na sua seção.

– Querida não se preocupe vou lá, voto e logo, logo, estou aqui para comer a feijoada.

Claro, dia de festa merecia um prato especial e, de preferência, genuinamente brasileiro.

As horas se passaram e nada do Pedreira Pai chegar. A esposa já estava preocupada.

Os filhos procuravam mantê-la calma dizendo que o pai deveria ter encontrado algum amigo antigo e juntos deveriam estar fazendo boca de urnapara ver quantos amigos ainda estavam vivos.

Quase 16:00 horas e nada dele… a patroa super nervosa. Os filhos foram no pronto-socorro, na delegacia, no cemitério… Nada!

Vendo aquele alvoroço um vizinho informou que tinha acabado de votar e viu que o Sr. Pedreira estava trabalhando como mesário.

Às 18:15, eis que ele chega em casa. Foi aplaudido por todos. Era um exemplo cívico para a família inteira! Chateado, ele explicou que havia faltado ummesário e como ele era o primeiro da fila, foi convocado na hora. Ainda falou:

– Que “rabo de foguete”! Pelo menos, ainda tem a feijoada.

Meio sem jeito, a Sra.Pedreira disse:

– Você demorou, o pessoal tava nervoso… A feijoada acabou.

– Não sobrou nada?

– Deixe-me ver… Hummm… só um rabicó de porco”.

Sempre vale a pena ouvir alguns causos, e algumas vezes é possível até tirar algumas lições deles. Dessas histórias eu aprendi que nunca é bom acordar cedo para votar, além de perder algumas horas de sono ainda podemos ser escolhidos como mesário e perder uma bela feijoada.

Sobre o aborto

29 de outubro de 2010 1 comentário

O aborto tem sido um dos temas centrais do segundo turno. O PSDB acusa Dilma de ser favorável ao aborto, enquanto isso Dilma prefere dizer ser favorável à vida.

Em que pese o fato da campanha tucana mostrar desespero ao aliar-se às correntes mais retrógradas para falar sobre aborto, esse é um assunto que deve ter atenção da população. Porém, diferente do que vem ocorrendo nessas eleições, na qual o aborto é tratado como tema religioso – esqueceram que o Brasil deveria ser um estado laico – o aborto deve ser discutido levando-se em conta questões científicas e de saúde pública.

Deve-se levar em conta que o discurso contrário ao aborto baseado na defesa da vida pode ser um tanto quanto falho. Quando se fala em defesa da vida é necessário levar em conta também a vida da gestante. Existem alguns fatos que devemos levar em conta, entre eles estão os seguintes: hoje o aborto é praticado, a legislação punindo ou não; mulheres quem tem dinheiro abortam com relativa segurança em consultórios e clinicas médica bem equipadas, mulheres sem condições financeiras praticam o aborto em casa ou com carniceiros, isso faz com que o risco de morte aumente consideravelmente; morrem todo ano diversas mulheres que praticam o aborto, sendo que essas mortes poderiam ser evitadas caso fosse possível abortar na rede pública de saúde; e, caso seja permitido, o aborto será facultativo à mulher e não obrigatório (parece algo desnecessário de dizer, mas as pessoas contrárias ao aborto geralmente defendem o seu ponto de vista como se toda mulher grávida fosse obrigada a abortar no caso de ser descriminalizada a conduta).

Eu, particularmente, sou favorável ao aborto, e acredito que a decisão deva ser exclusiva da mulher, que deve ter soberania sobre o seu corpo.

Com a proibição do aborto mulheres morrem em clínicas clandestinas ou mesmo em casa, ao tentar retirar o feto do útero. A proteção à vida acaba fazendo com que o feto (que não tem vida) e a mulher morram.

Outro ponto importante é a questão religiosa por trás do aborto. O fiéis, sejam de qual religião sejam, tratam o aborto como um dogma, como uma verdade absoluta que não deve ser contestada. O que ocorre com isso é que evita-se uma discussão séria e sensata sobre o tema. Os religiosos deveriam se abster de tratar esses temas usando a Bíblia, o Alcorão ou qualquer outro livro sagrado com fundamentação. Como já disse o Estado brasileiro é laico (pelo menos segundo a Constituição), assim as leis devem ser elaboradas sem o “ditames sagrados das leis divinas”.

Outro ponto importante para ser levado em conta quando se fala de aborto e coloca-se religião no meio é a questão da Igreja Católica. Suspeita-se que milhares, talvez milhões, de freiras tenham realizado o aborto para esconder a gravidez. Essa semana mesmo ouvi mais um comentário sobre um lugar onde podem estar enterrados diversos fetos abortados por freiras. Não posso afirmar com veemência que os boatos de freiras que abortam seja verdadeiro, mas é inegável que se isso for verdade, membros da Igreja Católica abortam com a a ciência de padres e bispos, e esses mesmos padres e bispos defendem a proibição do aborto, assim algo deve estar errado. A palavra para definir esse tipo de conduta não seria hipocrisia?

Claro que minhas opinião também não devem ser levadas como verdades absolutas, os mais indicados para discutir tal questão são médicos e cientistas. Acredito que eles possuam mais dados para dizer à sociedade se o aborto deve ser tratado com questão de saúde pública ou política criminal.

Eu, por ser favorável à vida e acreditar que o aborto cause mais morte sendo questão de política criminal do que de saúde pública defendo sua descriminalização. Mas não defendo apenas a descriminalização, defendo que após as eleições, sem que os ânimos estejam aflorados, discuta-se essa questão com mais calma e discernimento.

Epitáfio

27 de outubro de 2010 1 comentário

Com tantas homenagens ao Senador Romeu Tuma não pude deixar de dizer algumas palavras sobre tão ilustre personagem de nossa história política.

Hoje estamos reunidos para tratar de duas mortes importantíssimas para o mundo futebolistico-ocidental-político-brasileiro. Primeiramente e, como não poderia deixar de ser, mais importante, a morte do digníssimo polvo Paul. Este ser heróico que nos trouxe, antes do próprio fato, a certeza de quem seria o campeão do que é o evento mais importante para o mundo ocidental-consumista-fanaticamente-louco-por-futebol. Foi ele que nos disse em primeira mão quem sagrar-se-ia vencedor da Copa do Mundo de 2010.

A outra pessoa a que nos referimos é um Senador que foi lembrado no dia de sua morte como o Senador mais cordial, amigável e melhor relacionado dessa legislatura. Morreu deixando-nos com saudades dos tempos em que imperava a paz e a ordem nas ruas paulistas. Foi um dos mais respeitados dirigentes do DOPS. Sua direção foi lembrada poucos meses, antes de abandonar a vida, pelo presidente Lula, quando este esteve preso injustamente pela ditadura por lutar contra um regime autoritário, que recordou com saudosismo o tempo em que necessitava da ajuda do carcereiro para receber informações do que acontecia do lado de fora das grades de sua prisão política (talvez se possa dizer que foi o melhor dos piores). Compreensível com os inimigos da nação, pois sabia que estes seriam os guardiões da democracia de hoje. Era um visionário!

Morreu, deixando só, nessa caminhada jurídica rumo à prescrição, seu companheiro – não, mais que isso – irmão, Paulo Maluf, com quem respondia processo por ocultação de cadáver, quando este era Governador do Estado e o homenageado era diretor de um dos mais respeitados grupos de extermínio político, o DOPS.

Para a eternidade! Nos deixe o nome de uma rua. Assim lembraremos até o fim de nossas vidas, por meio de nossas vielas quem foi essa pessoa que antes da morte estava sendo processada por fazer desaparecer tantos jovens e perecer tantos sonhos. Fique na nossa memória, Rua Romeu Tuma, Diretor-Geral do DOPS, órgão terrorista de perseguição e extermínio político.

O monopólio da ética

26 de outubro de 2010 1 comentário

Ética e transparência sempre foram temas associados ao debate político, principalmente em época de eleição. O PT cresceu por mostrar-se como um partido diferente dos outros nesses quesitos. Há pouco mais de quatro anos anos veio a tona o escândalo do mensalão. Viu-se que o PT, ainda que seja mais ético e correto que a maior parte dos partidos políticos brasileiros, não é o bastião da ética e da transparência, como se pintava antes.

Já na reeleição de Lula o PSDB buscou o discurso da ética para tentar derrotar o PT. Não deu certo. Mas isso não ocorreu pelo fato do brasileiro não achar ética, transparência e correção atributos importantes, isso ocorreu porque, diferente do que os tucanos tentavam convencer a população, também há corrupção no PSDB, nos seus aliados (ou alguém acha que o DEM/PFL/ARENA é correto?) e nos seus governos.

Já na eleição passada ficou muito claro que a população sabe que há corrupção em todos os partidos, em alguns mais e em outros menos, portanto um discurso puramente ético e moralista não colará mais em eleições aqui no Brasil.

Nessas eleições buscou-se por parte do tucanato, novamente, debater-se – ou melhor, bater em – questões relacionadas à ética na administração pública. Surgiu Erenice Guerra, violação de sigilo fiscal na Receita Federal, no Banco do Brasil e casos de lobby nos Correios.

Coincidência ou não a eleição que parecia que seria definida já no primeiro turno foi para o segundo turno. Diante disso Serra e seus aliados bateram pesado no PT com um discurso que fazia parecer que o PT era inteiro corrupto e que o PSDB era o bastião da ética e da moral republicanas. Esse discurso estava dando certo, Dilma começou a cair e Serra a subir, uma eleição que parecia definida mostrou-se completamente aberta.

Mas sabemos que qualquer discurso ético de alguém que tem como principal aliado o DEM/PFL/ARENA é inconsistente e incoerente. Assim, os fantasmas de Serra começaram a sair do armário. Primeiro lembrou-se do Arruda e do famoso “vote num careca e leve dois”. Depois veio Paulo Preto com uma série de “negócios” mal explicados. Nesse momento Serra começou a cair, a população se deu conta que os mocinhos não eram tão mocinhos assim.

Hoje uma nova notícia, que acredito que sepultará de vez as chances de Serra ser presidente, fará os tucanos pensarem duas vezes antes de discutirem ética. A Folha de São Paulo, já em abril, quando foi suspensa a divulgação dos resultados da licitação para construção da linha Lilás do Metrô de São Paulo, registrou os nomes de quem seriam os vencedores da disputa em cartórios da Capital. E por incrível que pareça os vencedores foram divulgados e Folha de São Paulo acertou.

Para a Folha ter esse tipo de informação algo deve estar errado. Pelo que sei essa licitação foi feita por meio de envelopes fechados, assim não havia (ou não deveria haver) como ninguém ficar sabendo dos resultados antes da divulgação pelo Governo do Estado de São Paulo.

E mais, isso ocorreu enquanto Serra ainda era governador. Não estou dizendo que Serra seja o responsável pela divulgação ilegal, mas deve ter sido alguém nomeado por Serra que divulgou tal informação.

O que isso mostra? Que devemos votar no PT caso queiramos um governo ético? Não. Isso mostra que todos os partidos brasileiros enfrentam problemas com corrupção, e nem o PT nem o PSDB são diferentes nesse quesito. O que posso dizer é que no quesito combate à corrupção o governo Lula avançou muito, houve mais operações da Polícia Federal que visavam o combate à corrupção, o efetivo de policiais federais aumentou e isso fez com que se encontrassem crimes cometidos dentro do governo, dando a impressão que havia mais corrupção no governo Lula do que nos governos anteriores, mas o que ocorre é que antigamente isso não era investigado.

A conclusão que se chega é que não existe nenhum partido político brasileiro que detenha monopólio da ética, portanto na hora de votar não acredite que o Serra ou a Dilma irão acabar com as falcatruas existentes na política nacional, por mais boas intenções que tenham (e duvido um pouco das boas intenções de ambos, em especial do Serra) o fim da corrupção no Planalto não depende só deles.

Política

26 de outubro de 2010 1 comentário

Há diversas pessoas que dizem-se contrários à política, alegam que políticos são desonestos por natureza e alguns chegam a dizer que o país seria melhor sem políticos. Há também diversos videos e textos na internet – na minha opinião fraquíssimos – tentando explicar porque as pessoas não se interessam por política. Porém esses vídeos e textos apenas papagaiam opiniões sem qualquer profundidade analítica, atacam um problema – falta de interesse político – sem analisar de maneira séria suas causas.

Não tentarei fazer uma análise dos motivos porque o brasileiro vê de maneira negativa a política. O que tentarei fazer é apenas mostrar a minha visão do que é política.

Para isso precisarei dividir a política em duas. A primeira política é a política do cotidiano, é a política que todos nós fazemos no dia-a-dia. Aristoteles já dizia antes de Cristo nascer que o homem é um animal político, portanto por mais que a pessoa repudie a política não conseguirá desvencilhar-se dela, sendo que até mesmo o ato abster-se de participar da política é um ato político.

A política do cotidiano é pautada pelas relações sociais do indivíduo. São atos políticos a conversa de bar, uma piada para reduzir o stress no trabalho, o ato de dar um bombom para a namorada e até mesmo ficar quieto, com cara amarrada durante um jantar é um ato político . Em suma, na política do cotidiano toda ação ou omissão social de um indivíduo é um ato político.

Existe também outra política, esta política que chega ao seu ápice com a política partidária, mas abrange muito mais que isso. Geralmente se pauta por disputa e contraposição de idéias e projetos. Pode ser chamada de política da mudança, isso porque, no plano ideal, visa a melhoria das condições das pessoas. Essa política engloba a disputa para ser síndico de condomínio, as políticas estudantis, sindicais, de associações de bairro e partidária.

Pela política da mudança busca-se a melhoria das condições de vida de determinado grupo, isso se conquista por meio da representação que esse grupo dá à seus líderes.

Quando o síndico do condomínio toma atitudes duras para reduzir-se a inadimplência está tomando uma atitude semelhante a que o presidente da república toma para combater a sonegação de impostos. Com a atitude do síndico busca-se que o valor do condomínio não seja demasiado oneroso aos que são adimplentes para ter-se um serviço de qualidade, limpeza no prédio e segurança. E o presidente busca, com a medida, fazer com que o custo do Estado não seja demasiado oneroso para quem paga os impostos em dia.

Os atores políticos estão interagido entre si a todo momento, e quanto mais atuante é a entidade mais intensa é a interação de seus atores com os demais atores políticos. Por exemplo, um grupo estudantil que mostra trabalho e busca melhorias para seus representados conseguirá mais visibilidade tanto de dentro do grupo que representa quando dos grupos de fora, até mesmo com grupos antagônicos, como a diretoria da faculdade. O grupo de estudantes ao mostrar empenho e competência garantirá apoio de outros grupos ao lutar pelas suas reivindicações, como redução da mensalidade, por outro lado, caso haja uma boa organização dos estudantes e dos grupos que os apóiam, será difícil para a diretoria da faculdade barrar essa reivindicação.

Claro que os exemplos que dei aqui são específicos, buscam a melhoria das condições de grupos específicos, mas fiz isso para mostrar que a política não é voltada apenas para as grandes massas. Um pequeno grupo, se bem representado e organizado, pode garantir mais benefícios do que grande grupos desorganizados.

Uma associação de bairro, se contar com representantes competentes e membros atuantes, pode ser protagonista de melhorar substanciais na estrutura da região e, consequentemente,  na qualidade de vida dos moradores, pressionando o poder público para prover as melhorias necessárias, como iluminação pública, melhoria no transporte público, instalação de escolas e postos de saúde.

A falta de interesse político de grande parte da população não se deve apenas ao fato dessa população não se ver representada pelos governantes eleitos, se deve ao fato de verem a política como algo distante. Não enxergam as entidades e pessoas próximas a si como políticos. Quando o cidadão ver que a política é mais próxima e acessível do que pensa hoje, mudará a maneira de pensar e atuar diante das questões políticas que envolvem seu país, Estado, município, bairro e escola.

Jovens do bem mostram porque votarão no Zé Bolinha de Papel.

24 de outubro de 2010 1 comentário

Um luxo!

Categorias:Pitaco deles

Partido Verde Francês declara apoio à Dilma Rousseff

24 de outubro de 2010 Deixe um comentário
Na foto, uma ambientalista mais nova e coerente.

Na foto, uma ambientalista mais nova e coerente.

Grande porcaria, você pode estar pensando…eu também, num primeiro momento.

Isso até ler reportagem da Folha em que Marina afirma que “não quer liderar voto de manada”.

Ou seja, além de realmente se parecer uma BBB recém eliminada, Marina Silva chamou seus eleitores de bois e vacas.

Como tenho seríssimas restrições ao Partido Verde aqui no Brasil, achei interessante postar o apoio dos Verdes franceses, que tomam o caminho natural (sem trocadilhos) dos ambientalistas: A esquerda.

Preferia a Marina Silva que tomava partido de suas posições, não desta, que fica em cima do muro e, de certa forma, rejeita suas raízes.

Do Opera Mundi

Íntegra da carta do Partido Verde Francês em apoio a Dilma Rousseff.

A candidatura de Marina Silva trouxe para o eleitorado de Dilma, a pupila de Lula, a grande surpresa do primeiro turno. É preciso saudar a novidade que representa a candidatura de Marina Silva que já lutava, desde o período de sete anos em que foi ministra do governo Lula, para fazer entrar verdadeiramente as questões ecológicas na pauta de preocupações do governo brasileiro de esquerda. Com sua presença no escrutínio, a diversidade de lutas sociais, de todas as minorias (sexuais, religiosas) encontrou uma voz.

O placar de 19% do total de votos para uma candidata independente, sem apoio de partidos poderosos, representa a segunda grande surpresa. Ele prova que o Brasil se transforma muito mais profundamente do que apenas no plano do crescimento econômico. Para a democracia e a
cultura, este já é um passo considerável.

Na América Latina, da Colômbia ao Chile, e agora também no Brasil, para além dos diferentes contextos, as questões ecológicas entram definitivamente na pauta das eleições presidenciais, o que não é mais.

Leia mais:
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o caso na Europa. O Brasil é a sétima potência mundial. Nenhum europeu em sã consciência pode se desinteressar pelo que está em jogo para os destinos ecológicos e sociais do planeta.

Esta é a razão pela qual desejamos, através deste manifesto, expressar nossa inquietação. A batalha do segundo turno se anuncia bastante cerrada e, algo impensável até ontem, uma vitória da direita não está mais excluída. Na configuração de hoje, o partido verde está longe de ter a dimensão popular de Marina Silva. Algumas personalidades como Gilberto Gil, ele mesmo afiliado a este partido, conclamam a que se vote em Dilma sem ambiguidade. E nós compartilhamos desta posição. Prestemos bastante atenção ao seguinte: José Serra não é um social democrata de centro. Por trás dele, a direita brasileira vem mobilizando tudo o que há de pior em nossas sociedades: preconceitos sexistas, machistas e homofóbicos, junto com interesses econômicos os mais escusos e míopes. A direita sai do porão.

Contra as mulheres, as facções mais reacionárias das igrejas cristãs – incluindo aquela da mulher do candidato da direita que declarou publicamente que Dilma quer assassinar criancinhas – acusam a candidata de ser favorável ao aborto, mesmo que esta questão não faça
parte de seu programa de governo, tampouco do programa do Partido dos Trabalhadores.

Contra os homossexuais: o vice de Serra sustenta um discurso abertamente sexista e homofóbico.

Contra os pobres: acusados de votar na esquerda por ignorância.

A esta panóplia, bem conhecida em toda parte, vem se juntar uma criminilização particularmente ignóbil por parte da direita das lutas de resistência contra a ditadura. Dilma tem sido alvo de campanhas anônimas na internet que acusam de terrorismo e de bandidagem por ter participado na luta contra o regime militar, ela que foi por este motivo presa e barbaramente torturada.

A mobilização da direita está completamente ligada aos interesses do agro-negócio, um vínculo sobre o qual o governo Lula tem sido ambíguo em alguns momentos. No entanto, uma vitória da direita representaria o triunfo do complexo agro-industrial e dos céticos em matéria de aquecimento global. Seria uma guinada à direita em direção à revisão
do estatuto da floresta que começou a limitar a devastação na Amazônia e no Mato Grosso, e no asseguramento dos direitos indígenas sobre suas reservas, que no ano passado obtiveram uma importante vitória (Raposa Serra do Sol) referendada pela Corte Suprema do país, que reconheceu esses direitos. Vinte e duas reservas indígenas podem seguir este caminho de enfrentamento com o agro negócio da soja e do arroz transgênico.

Não permitamos que o voto libertário em Marina Silva paradoxalmente se transforme em uma catástrofe para as mulheres, para os direitos humanos e para os direitos da natureza!

No plano internacional, os aspectos mais inovadores da política Sul-Sul de Lula (certamente pelo fato de seu apoio a Ahamdinejad), seriam condenados ao ostracismo com um realinhamento com os Estados Unidos. Além de representar uma alternativa à fixação estéril em uma
política de confronto entre Estados Unidos e China, esta política Sul-Sul se opõe às estratégias dos países do Norte de multiplicar as medidas de defesa dos direitos da propriedade intelectual em detrimento do acesso aos saberes, à internet (especialmente no âmbito da ACTA ).

Marina Silva recusou-se a manifestar apoio ao voto em Dilma. Pode-se compreender que seja um pouco difícil para ela se alinhar imediatamente com Dilma, com quem ela entrou em conflito enquanto no governo, e neste momento ela luta para evitar o alinhamento do partido verde com a direita, apesar da campanha virulenta contra ela por parte do PT.

Com efeito, os ecologistas estão travando, não só na Europa, como em vários países do mundo, um sério debate com os socialistas sobre a questão nuclear, sobre a OMC e o produtivismo  agrícola e industrial, bem como o problema do aquecimento climático. No Brasil, agrega-se a
todas essas questões uma dimensão – amplificada por sua urgência crucial – da luta contra as desigualdades. Pode-se compreender,portanto, a reserva de alguns ambientalistas em se alinharem com a candidata da esquerda.

Mas nossa experiência como força política e de oposição e governo na Europa nos permite afirmar a nossos companheiros brasileiros que, nas atuais circunstâncias do Brasil, a ancoragem na esquerda é a única possibilidade real de fazer avançar a causa ecológica: já vimos no que se tornou a ‘Grenelle” – Ministério do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Energia e Transportes – na França com a direita.

Quanto às mulheres, às minorias étnicas, religiosas, sexuais, elas sabem aonde têm que se bater. A xenofobia, o racismo, a mobilização reacionária da religião são os perigosos instrumentos que a direita populista utiliza alegremente na Europa. É impossível acreditar que a esperança suscitada pelos dois mandatos presidenciais de Lula acabe terminando no segundo turno com a eleição do candidato da direita.

Dany Cohn Bendit (Alemanha) – co-presidente do grupo de deputados do Partido Verde no Parlamento europeu
Monica Frassoni  (Itália) co-presidente do Partido Verde europeu
Philippe Lamberts (Bélgica)co-presidente do Partido Verde europeu
Dominique Voynet (França)  Senadora, Prefeita da Cidade de Montreuil , ex-Ministra do Meio Ambiente
Yves Cochet – ( França) Deputado Nacional,  ex-MInistro do Meio Ambiente (Gov. Jospin)
Noël Mamère (França) – Deputado Nacional e Prefeito de Bègles (Bordeaux)
José Bové  (França) – Deputado europeu
Alain Lipietz  (França) – dirigente dos Verdes e ex-deputado europeu
Jérôme Gleizes (França) – Dirigente da comissão internacional dos Verdes
Yann Moulier Boutang (França) Co-diretor da Revista Multitudes (Paris)

Campanha, agressões e oportunismo

22 de outubro de 2010 Deixe um comentário

Diferente do que se dizia no primeiro turno, a campanha não ganhou em nada com o segundo turno. O PSDB de Serra pegou pesado nas acusações contra o PT, os cristão-fascistas acusaram Dilma de ser favorável ao aborto, casamento gay (como se isso não fosse bom), chagando ao ápice de alegar que Temer, vice de Dilma, é o maior ícone do satanismo no Brasil. A TFP e inúmeros oportunistas que usam a religião como forma de ganhar dinheiro e poder abraçaram a campanha tucana, que se mostrou extremamente conservadora.

Por outro lado Dilma perdeu a oportunidade de mostrar que tem palavra, princípios e ideais. Cedeu à pressão do conservadorismo, rasgando uma das principais bandeiras históricas do PT, a defesa do direito da mulher dispor como bem entender sobre o seu corpo. Preferiu agradar um grupo de grande expressão e sem nenhum bom senso, os religiosos radicais, a defender projetos sérios e democráticos.

Por outro lado procura comparar o governo Lula com FHC, esquecendo que são momentos históricos diferentes. Voltou-se a bater nas privatizações, esquecendo-se do preço que se pagava por uma linha telefônica, do serviço porco oferecido e do baixo lucro – ou alto prejuízo – gerado pelas estatais de então (se nem o PSDB tem coragem de defender as privatizações o PT, logicamente, baterá nessa tecla).

O PSDB, por sua vez, preferiu lembrar de Erenice Guerra e José Dirceu, fazendo de conta que não há corrupção no ninho tucano ou nos balaios de seus aliados – pois Paulo Preto foi indicado por Serra e Arruda, que já foi cotado para ser vice de Serra, era do DEM -. Enquanto o tucano crescia investiram nessas denúncias e acusações, o problema é que campanha negativa tem prazo de validade, e geralmente é curto. Assim Serra voltou ao patamar do qual nunca deveria ter passado.

Ânimos inflamados são vistos por toda parte. Na internet o que mais se vê é “Fora Dilma”, nas rodas de amigos (pelo menos em São Paulo) quem vota na Dilma é visto como um ET, ninguém entende porque alguém votará numa desconhecida (apesar do motivo ser claro, antes uma desconhecida do que o Serra). O excesso de emoção já passou dos limites e atitudes ridículas são vistas na campanha.

Serra, após ter sido atingido por um objeto (não sei se é uma bolinha de papel ou uma fita adesiva) foi no médico para poder usar isso na campanha eleitoral de modo mais comovente. Lula fala do episódio como se fosse algo normal e aceitável. Onde está a razão? Independente de ter sido uma bolinha de papel ou um tijolo, está errado um militante atirar qualquer objeto no candidato do partido contrário. Também está errado sugerir que um pequeno objeto que (ao que parece) não causou lesão alguma foi responsável por uma visita ao médico (se bem que no caso de Serra é normal, afinal, como diz Plínio, ele é hipocondríaco).

No dia seguinte à agressão ao Serra, Dilma também sofreu com a intolerância de militantes, que jogaram objetos do alto de prédios em Curitiba. Está tão errado fazer isso com Dilma como com Serra.

O único fato positivo nessa história toda é que Índio mostrou mais bom senso e discernimento do que de costume, ao não atribuir as agressões a Serra ao comando do PT nem à Dilma.

Antes do fim dessas eleições a única conclusão que poderíamos chegar é que a campanha foi fraca, poucas propostas e projetos foram discutidos e a baixaria rolou solta. Assim é normal que as pessoas se afastem da política, pois o que foi mostrado foi apenas a disputa do poder pelo poder, e não a disputa por implantar ou manter um projeto para o país.

Quem desejava ver projetos e discussões sérias e maduras terá que esperar mais quatro anos, quem sabe nas próximas eleições o cidadão seja tratado com mais seriedade.

Para FHC aparecer nas eleições.

21 de outubro de 2010 Deixe um comentário

Estou comovido, de coração, com a participação pífia do Dr. Fernando I nas eleições.

Mr. Cardoso merecia sorte maior. No mínimo, mais respeito.

Mesmo porque é o mais inteligente e competente daquela turma (os tucanos, hein!).

Resolvi, então, dar uma força para nosso Ex-1º Ministro  Ex-Presidente e publicar um vídeo dele.

E para provar que sou um poço de boas intenções, o vídeo é proveniente de uma reportagem da isenta Óia, e foi anteriormente indicado aqui.

Abraços.